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Diokane produz seu próprio videoclipe durante a pandemia

Para não amargar ainda mais o prejuízo imposto pelo surto mundial de coronavírus, principalmente psicológico, é preciso trabalhar a mente. E a cultura, tão menosprezada, tem provado seu valor como alternativa acessível para afastar a negatividade que nos espreita. Manifestações artísticas mostram-se não apenas ferramentas de entretenimento em tempos de necessário afastamento físico para conter a pandemia, mas também recurso capaz de ajudar na manutenção da sanidade. E enquanto o público vai (re)descobrindo um rico acervo de cinema, literatura e música — apenas para citar formas de arte comuns no cotidiano —, muitos dos que criam essa produção estão inviabilizados de tocar seus projetos. A banda porto-alegrense Diokane (crooked core), afastada dos palcos e de ensaios, pegou emprestada a ideia que outros músicos têm usado e fez um clipe com cenas dos integrantes em suas casas.

A faixa escolhida para o lyric vídeo foi ‘Descreditado’, do EP This Is Hell We Shall Believe. A ideia é manter um pouco do processo criativo e gerar uma interação entre Eduardo Rutkowski (baixo), Gabriel “Caverna” (bateria), Homero Pivotto Jr. (voz) e Rafael Giovanoli (guitarra) para além do famigerado grupo de whatsapp da banda.

“Qual vai ser o saldo dessa pandemia de coronavírus em 2020? Esperamos que a humanidade possa lucrar algo com os efeitos da covid-19. Não economicamente, mas no sentimento de tirar proveito, aprender lições. Por ora, além de escancarar ainda mais desigualdades já existentes, o que se percebe é um prejuízo psicológico e financeiro de escala global. Pra tentar fugir do saldo negativo que este ano tem nos cobrado, resolvemos gerar esse material. A música trata sobre as cobranças diárias, a falta de grana e, às vezes, de perspectivas. Mas também pode se relacionar com o contexto atual, que está exigindo um preço alto de cada um de nós”, pondera o vocalista Homero Pivotto Jr.

O trabalho foi feito no esquema DIY (“do it yourself” ou faça você mesmo): cada membro filmou com o celular em suas respectivas residências, e o baixista Eduardo Rutkowski, que é editor de vídeo, montou e finalizou o registro.

Confira o clipe para ‘Descreditado’:

Sobre a Diokane:

A Diokane — assim como a expressão em italiano (diocane) que deu origem ao nome da banda — é raiva canalizada em forma de som. É expressão ruidosa que surge do descontrole. É insulto barulhento para maldizer desafetos e, ao mesmo tempo, amenizar a ira que consome como sarna a carcaça de qualquer pobre bicho caminhando sobre a Terra. É soltar os cachorros para que eles sejam livres e donos de si. Para que uivem e confraternizem com a matilha. É o Cão que late para perturbar seu santo sossego.

A banda lançou no fim de 2018 o primeiro EP intitulado This Is Hell We Shall Believe. São cinco faixas e mais uma intro que têm como base o hardcore, mas que passeiam pelo death, thrash, grind, black metal e punk rock. A mistura sonora ganha o ouvinte pela naturalidade com que é costurada durante os pouco mais de 10 minutos do registro. A produção, simples mas eficiente — feita pela própria banda e por Stenio Zanona (do TungStudio, onde as faixas foram gravadas) —, ajuda a destacar a força das composições. O trabalho saiu em CD e também está disponível nas principais plataformas de música.

A arte da capa é do tatuador e atual guitarrista do grupo Rafael Giovanoli.

Agrupada desde 2016, a Diokane faz um cruzamento de referências do punk/hardcore e do metal que não se atém a classificações tradicionais de música pesada. É cria sem raça definida de gente que curte Napalm Death, Ratos de Porão, Circle Jerks, Snot, Rotting Christ, Ramones, Strife, Motörhead, Converge, Sepultura, Sarcófago, The Stooges e Racionais MC’s.

Repercussão:

Em 4 de novembro de 2018, a Diokane foi o ato de abertura para o show “Max e Iggor Cavalera 89/91 Era – Special Setlist”. A apresentação reuniu os irmãos que fundaram o Sepultura tocando petardos dos clássicos Beneath the Remains (1989) e Arise (1991). Veja o que foi dito sobre o conjunto gaúcho em algumas resenhas sobre o evento:

“A banda mostrou aquele ‘sangue no zóio’ que só bandas com atitude podem ter. (…) Banda mais do que pronta pra tomar seu lugar no cenário. Diokane. Guardem esse nome!” – Metal na Lata.

“A abertura do show ficou a cargo da banda Porto Alegrense Diokane, que tem um som mais agressivo ainda que os próprios Cavalera” – Crazy Metal Mind.

“As composições da banda também surpreenderam, de maneira crescente, oscilando entre simplicidade estrutural, talento para quebras de andamento e riffs cortantes, sintéticos e de bom gosto” – Wikimetal.

Vídeos ao vivo:

Vídeos abertura para o Brujeria em Caxias do Sul (2019):

Plataformas digitais:

Redes sociais:

Foto: Day Montenegro

Responsável pelo conteúdo:

Homero Pivotto Jr.
Jornalista e assessor de Imprensa
(51) 98557-3136 
homerpress@gmail.com