Artigo publicado originalmente em Acordes de Fogo Por Wagner Rodrigues
A banda The Sonics iniciou suas atividades na primeira metade dos anos 60, na cidade de Tacoma [EUA]. Bebeu diretamente na fonte do blues, rockabilly e surf music, transformando-se num dos principais expoentes do que ficou conhecido como rock de garagem [garage rock].
Enquanto as bandas inglesas estouravam e se tornavam populares na América [Beatles, Rolling Stones, The Kinks, The Who, Animals…], formou-se, paralelamente, uma cena de bandas de garagem nos EUA que não se tornaram muito conhecidas do grande público, como The Wailers, The Kingsmen, The Trashmen, Paul Revere and the Raiders… Além dos próprios The Sonics.
O som sujo, enérgico, descompromissado, tocado de forma direta e considerado agressivo para os padrões da época, numa América extremamente conservadora, contaminou o rock’n’roll e acabou influenciando uma legião de bandas. Sua fúria avassaladora e selvagem foi utilizada como ingrediente pelo punk rock, uma década após o lançamento do seu álbum de estreia.
O clássico debut do The Sonics [Here Are The Sonics] foi gravado ao vivo em 1965 utilizando apenas dois canais e um mísero microfone para a captação do som de toda a bateria. Nos amplificadores foi dado ganho máximo para atingir as distorções que eles desejavam.
O resultado disso foi um rock de garagem visceral, envenenado e empolgante. Incluindo, além das músicas autorais, uma série de releituras de bandas mais antigas, como é o caso de Roll Over Beethoven [Chuck Berry], Have Love Will Travel [Richard Berry], Money [Barrett Strong, também gravada pelos Beatles], entre outras… Todas tocadas no estilo inconfundível e urgente dos Sonics!