Cena underground se reúne em música para chamar atenção às consequências de catástrofe climática no estado e ajudar populações em vulnerabilidade.
Cinco meses da maior catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul e o que tem sido feito para reestruturação da vida das pessoas e mitigação de novos episódios? Se essa pergunta evidencia a inércia de políticos e instituições, na arte local, é diferente: dezenas de musicistas reunidos pelo Arquivo Punk Rock do Sul lançam o Manifesto Sul, uma música de indignação, que retrata as dores de quem viveu o episódio e ainda tem a meta de ajudar populações em vulnerabilidade.
No dia 4 de outubro, a música será lançada no canal do Arquivo Punk Rock Sul, no YouTube, e a partir do dia 24 do mesmo mês, estará nas demais plataformas, como Spotify e Deezer. A faixa foi composta e executada de forma coletiva por diversos(as) artistas do underground da região metropolitana de Porto Alegre.
As gravações aconteceram nos meses de julho e agosto, mais centralizadas na Casa Sonora, e com trilhas captadas nos estúdios Caixote, Audiocore, Cookie Monster e Estúdio do Meu Brother. As edições, paisagens sonoras, mixagem e masterização ficaram a cargo de Wagner Rodrigues e a arte foi cedida pelo artista Bruno Monllor.
“Artistas foram atingidos de forma direta ou indireta pela catástrofe e o Manifesto Sul simboliza sua união. A ideia foi reunir integrantes de diferentes bandas para expressarem sua indignação e seu protesto, sem deixar de reconhecer a solidariedade entre atingidos e movimentos sociais”, explica Lê Sisa, psicóloga e idealizadora da iniciativa.
A indignação vem da percepção dos artistas de que as proporções do que aconteceu não foram obras do acaso ou fatalidade, mas sim resultado de um modelo insustentável de desenvolvimento, no qual a sociedade capitalista se insere, com avanço do agronegócio e especulação imobiliária.
O pilar solidário da ação será executado a partir dos royalties da música, isto é, da arrecadação financeira de cada play na faixa em plataformas de streaming. O dinheiro gerado a partir disso será destinado às iniciativas que apoiam comunidades em situação de vulnerabilidade social, como o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e as cozinhas solidárias do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).
A arte de Bruno Monllor mostra o governador do estado e o prefeito de Porto Alegre sendo cobertos pela água lamacenta da enchente. Sendo a última adaptada e grafitada em dois locais da cidade, pelo artista Felipe Harp, mas imediatamente apagada por decisão do TRE-RS. A equipe de campanha de Melo, alegou na justiça eleitoral se tratar de campanha eleitoral contra ele. A decisão judicial foi revista mais tarde e a obra foi considerada manifestação artística, livre de censura.
O projeto prevê uma continuidade com novos lançamentos digitais, tendo o objetivo de formar uma coletânea de canções inéditas.
Acesse o Link da pré-estreia dia 04 de outubro no YouTube:
Faça o pré-save no seu streaming de preferência em https://sndo.ffm.to/dd99eq6
Para saber mais detalhes do projeto e acompanhar novos lançamentos, siga @arquivopunkrock e @casasonoraprodutora no Instagram.
Créditos completos na descrição do vídeo no Youtube.