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Resistência Antifa: a luta dos trabalhadores passa pelo antifascismo

Imagem: Tela-mural ‘Manifestación’ de Antonio Berni
Texto: Wagner Rodrigues

O 1° de Maio não é o “Dia do Trabalho”, um feriado para se comemorar, mas o “Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores”. Sua origem encontra-se na luta da classe operária pela redução da jornada de trabalho, que no passado era bem maior que as atuais 8 horas/dia, sem direito a descanso remunerado, férias, aposentadoria, entre outros.

Nesse contexto, no dia 1° de maio de 1886, os trabalhadores dos EUA iniciaram uma grande greve geral que se estendeu para mais de cinco mil fábricas. Em função da pressão popular, em muitos lugares, os patrões reduziram a jornada de trabalho. Porém em Chicago, houve um forte confronto, onde a imprensa local se colocou ao lado dos patrões. O Chicago Times, publicou: “A prisão e o trabalho forçado, são a única solução para a questão social, o melhor alimento para os grevistas será o chumbo”.

A greve de Chicago atingiu proporções gigantescas com enormes manifestações e atos de rua, além de confrontos sucessivos. Sendo que no dia 4 de maio os trabalhadores foram atacados violentamente pela polícia. Houve mortes e dezenas de feridos. Mais de cem trabalhadores foram presos no mesmo dia.

Sindicatos foram fechados e mais operários enviados para trás das grades pelo “crime” de defenderem oito horas de trabalho. Como se não bastasse toda essa repressão e violência desproporcional, os patrões impuseram o julgamento e condenação dos “líderes” do movimento.

Sendo assim, armaram uma farsa jurídica e escolheram oito das principais lideranças grevistas. Sete foram condenados à morte e um deles a 15 anos de prisão. Depois de um tempo, dois tiveram suas penas de morte convertidas em prisão perpétua. No fim do processo, em 1887,  August Spies, Louis Lingg, Adolph Fischer, George Engel e Albert Parsons, foram condenados a forca. Sendo que Louis Lingg se suicidou um dia antes em sua cela. Alguns anos depois, o processo foi anulado por conter diversas  irregularidades e os que ainda estavam presos foram colocados em liberdade.

No dia 20 de junho de 1889, a segunda Internacional Socialista, reunida em Paris, decidiu convocar manifestações anuais com o intuito de estimular a luta pela jornada de 8 horas de trabalho. A data escolhida foi o primeiro de maio, como homenagem ao movimento de Chicago. Nos primeiros anos após a data ser criada, haviam greves, protestos, muitas vezes confronto com a polícia e não era considerado feriado, mas um dia de luta por melhores condições de trabalho.

Desse modo, as elites burguesas chegaram a conclusão que seria melhor transformar o “Dia do Trabalhador” em “Dia do Trabalho” como forma de retirar o caráter revolucionário e de luta de classe e assim surge o feriado como um dia festivo, de comemoração.

Com o avanço das políticas de extrema-direita no Brasil, que estão precarizando e gerando enormes retrocessos para os trabalhadores, aproveitamos para divulgar o Lyric Video da banda Punhal, intitulado “Resistência Antifa”: